Algumas igrejas cristãs não celebram o Natal, pois julgam que ao fazerem na verdade estão assentindo com o culto pagão ao qual o Natal substituiu. O problema desta decisão é que perdem a oportunidade de aproveitar esta data para falar de um grande milagre de Deus, a Encarnação, sem a qual não se teria a morte e nem ressurreição, e portanto, ainda estávamos mortos em nossos delitos e pecados.
Outros dizem que não tem porque comemorar o nascimento de Jesus Cristo, pois o mesmo não recomendou, assim como o fez com sua morte. Mas a memória do nascimento de Cristo é algo que não deve escapar a um cristão verdadeiro. O que se não pode é deter-se em seu nascimento e perder de vista o auge de seu ministério. Este para mim é o argumento mais triste, pois vejo festas e mais festas para comemorar fundação de templos, aniversários de pastores, de líderes e de irmãos, contudo comemorar o Emanuel, o Deus Conosco, o Deus entre nós, é um sacrilégio! Isso, sinceramente eu não consigo entender.
Se uma musicalidade nasceu em um culto tribal pagão, não há nada demais em trazê-la para os templos, porque o que vale é a letra, é o que se canta, e não o ritmo! É o que se diz. Porque a data esteve em seu princípio associada a um culto pagão, seria isso suficiente para abandonar a oportunidade que temos de falar de Jesus nesta data quando as pessoas estão mais abertas a irem aos templos? Não são todos os dias santos ao Senhor? Como diriam aqueles que todos os ritmos são do Senhor!
Creio que seríamos mais prudentes se celebrássemos o Natal, com a pregação do Evangelho da do Deus Encarnado, que com os nossos templos fechados e do que nosso silêncio que tem feito cada vez mais que Natal, ao invés de culto pagão, tem se tornado um culto secular-comercial, ao ponto de um telejornal em sua reportagem ter apontado o Papai Noel como o símbolo maior do Natal.
O que precisamos é aprender coisas simples como: Natal e Ano Novo são oportunidades de celebrar a vida e agradecer a Deus sem o fardo pesado de ter que vestir roupas novas, isso falo porque na minha caminhada cristã passei alguns Natais e Anos Novos com ausência de pessoas queridas nos templos, e quando descobri a razão, isso muito me entristeceu. Não tinham roupas novas e sentiam-se constrangidas em irem aos templos. Desde então, roupa nova, eu só visto em datas que não sejam estas, pois eu acredito que distorções como estas são mais danosas que a histórica decisão de aproveitar-se da festa do solstício para celebração do Natal.
Feliz 2008!
31.12.07
Sobre o Natal e roupas novas
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Hilquias Benício
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13:33
3.12.07
Foi dito...
Jerônimo, patriarca da Igreja
(saiu na CristinismoHoje, edição I)
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Hilquias Benício
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20:48
25.11.07
The Corporation
Há algum tempo, e um considerável tempo, um amigo sugeriu o documentário The Corporation, e interessado pela pauta do documentário o falei que em um feriadão prolongado o assistiria. O problema é que sempre havia algo a fazer nos feriadões. E sabia já de antemão que precisaria separar umas três horas para o tal dvd. E chegou o tempo em que tive, e tenho, muito mais do que três horas. Assisti, e recomendo-o.
The Corporation é um documentário que fala da centralidade que a corporação assumiu em nossa cultura hodierna e como nos últimos 150 anos ela conseguiu fazê-lo. Mostra que legalmente ela é uma pessoa, com os direitos de um indivíduo, e cogita-se que diante de suas ações e comportamentos, ela apresenta psicopatia. São voltadas inteiramente para o objetivo do lucro, independente das externalidades que isso produza.
Você ouvirá executivos, ativistas, espião, psicólogo, historiador, líder popular, filósofo... discursando temas relacionados as corporações. Fala-se de sub-emprego, trabalho infantil, a euforia da valorização do ouro em 11/09, os problemas ambientais, as ameaças a sáude, o abuso de poder.
A privatização da água na Bolívia que proibia-se até colher a água da chuva. O filtro pela força das receitas publicitárias de reportagens danosas a imagem, produto e lucro da corporação. As relações de corporações com a Alemanha nazista de Hitler, como, por exemplo, a IBM que teve participação importante para o holocausto.
A responsabilidade social e ambiental são apenas bandeiras para o lucro, pois o objetivo da corporação sempre é o lucro. E responsabilidade diz respeito à pessoa moral, já a corporação, é uma pessoa jurídica, e não física, ela é fictícia, ela não tem moral, logo não tem responsabilidade. Seus comportamentos e ações são muitas vezes monstruosos.
O que se percebe é que realmente o que dita o curso político são as grandes corporações. Elas passam a ter voz, onde se deveria ter representantes eleitos. O problema é que, inclusive, o processo eleitoral, já está contaminado pelas volumosas doações para campanhas políticas feitas pelas corporações. Acrescente-se o atentado explícito contra a democracia na tentativa de um golpe de Estado contra o presidente americano Roosevelt.
O silêncio da FDA sobre o potencial prejuízo a saúde de alguns alimentos, bem como do uso de produtos químicos para multiplicar o lucros nas "unidades produtivas", isto é, animais. A presença de dezenas de substâncias carcinógenas, causadoras de câncer, em produtos de beleza e higiene.
É um documentário que vale a pena ver, mas não esqueça de separar tempo suficiente. Ah! E a propósito há coisas que você encontrará paralelos com o problema da institucionalização e o eclesiasticismo postado anteriormente, claro guardado as devidas proporções.
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Hilquias Benício
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18:32
17.11.07
Impacto Ministerial
Olá amigos, as muitas ocupações obstacularam postagens por um tempo considerável. Mas estamos aqui de novo!
Ministério, diferentemente do atual significado assumido no meio eclesiástico e no meio político, significa serviço. E todo cristão foi chamado por Deus para o exercício de algum ministério, isto é, serviço. Existe uma diversidade incrível de serviços. Pena que a igreja às vezes enxerga como quem tem algum problema de visão e limite-os a uns três ou quatro ministério, ou outras vezes quando aceita algumas dezenas de serviços, menospreza uns e supervaloriza outros, esquecendo que cada um tem sua devida importância.
Eu, hoje, sirvo à igreja pastoreando e ministrando a Palavra. Trabalho com cerca de duzentas pessoas. Já exerci ministério com adolescentes, jovens, novos-convertidos. E tenho percebido que um ministério abrangente, não pode ser profundo em toda a sua extensão. Como também um ministério profundo, não pode ser abrangente. Estas características que se excluem não invalidam um serviço ou outro. Cada qual foi chamado por Deus para um serviço específico e ambos são necessários e importantes.
Trocando palavras com amigos, compartilhei que meu exercício servil dentro da igreja hoje está com maior abrangência que alguns anos antes, contudo em anos anteriores era mais profundo. Porque ao invés de falar para muitas pessoas com o microfone na mão e distante no púlpito. Eu falava a um número reduzido, ou até mesmo com apenas uma pessoa, fitando-o, ouvindo-o, acompanhando sempre que necessário sua vida. E crescíamos juntos, e éramos profundamente impactados pelo exercício do amor e cuidado mútuo. Estive participando de um encontro do MAPI (Ministério de Apoio a Pastores de Igreja) e dentre tantas coisas o Marcelo tocou nesta questão em uma das definições apresentada de mentoria qual é: "é gastar mais tempo com menos pessoas de modo a produzir um impacto duradouro"
Jesus já me chamava atenção para esta necessidade, e estava internamente incomodado com a ausência de impactos profundos, creio que ele usou um instrumento externo para confirmar o que ele vinha colocando no meu coração.
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Hilquias Benício
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19:24
20.10.07
Eclesiasticismo
Tenho presenciado e vivido às vezes como vítima, outras como espectador, e outras infelizmente como ator da institucionalização da igreja. Onde a estrutura, o sistema e a liderança eclesiástica tomam o centro da ação e atenção. Onde a Igreja deixa de ser pessoas e toma a forma institucional. Onde os esforços, energia e grande parte dos recursos, quando não todos, são exclusivamente empregados simplesmente para manter uma estrutura que se desenvolveu para ser meio, tornar-se fim em si mesma. Onde a simplicidade e firmeza das relações fraternas são substituídas pela presença anônima indiferente e indiferenciada. Quando a agenda de programações da denominação apenas enclausura seus membros e congregados, sufocando-os e impedindo-os entre tantas outras atividades, a tarefa da própria Igreja que muitas vezes é diferente da tarefa da instituição.
Não sou daqueles que se levantam contra todo e qualquer tipo de organização. Sou ciente da necessidade e utilidade da mesma. Sei que a Igreja de Jesus Cristo na terra são homens e mulheres, crianças, jovens e anciãos. E estes estão ligados e associados não somente na fé e misticamente no corpo de Cristo, mas também no globo terrestre nasce como que naturalmente uma organização, digo melhor, organizações, visto que nós, a Igreja, somos gente de várias organizações eclesiásticas e denominações, e inclusive, de gente que não se encontram em ambas.
Não defendo, diferentemente, me coloco contra a ausência da instituição na face da Terra. Até porque sua existência data dos tempos bíblicos e dos primórdios da Igreja. O que não posso aceitar é a tradição institucional assumir valor canônico como ocorreu com Roma; nem tampouco a vida da Igreja confundir-se com uma instituição terrena na promoção de interesses vergonhosos; a vida de um cristão girar em torno de uma organização quando deveria ser dirigida a Cristo; e a palavra do homem sobrepor a palavra de Deus. Isso é inadmissível, mas infelizmente as instituições e suas lideranças têm se preocupado mais com sua imagem e seus interesses, que não raras vezes diferem dos de Deus.
Que tal trocar o eclesiasticismo pelo Cristianismo?
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Hilquias Benício
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14:22
6.10.07
Não a Bíblia e sim a cartilha homossexual
A Fortaleza Bela de Luizianne Lins que se afirma valorizadora e defensora da diversidade, não tem nada de diversidade. Suas garras tiranas são visíveis quando ela procura impor a prática homossexual através de cartilhas financiadas pelo poder público. E se tornam mais visíveis e manifestas quando ela procura vetar a distribuição de Bíblias nas escolas e bibliotecas municipais (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=475619). A Fortaleza Bela de Luizianne seria uma sociedade sem diversidade formada apenas por simpatizantes de suas idéias e práticas e ausente de Bíblias e daqueles que procuram pautar sua vida no escrito sagrado. Luizianne que louva tanta a liberdade de expressão e de opção agora lança seu Index Librorum Prohibitorum a exemplo da Sagrada Congregação da Inquisição da ICAR no século XVI, com a diferença que a Igreja Romana aboliu o Index a aproximadamente 40 anos. Quão retrógrada é nossa prefeita, reinventar algo tão condenado pela história como o Index.
Mas como o capital político acaba por falar mais alto ela percebendo a derrota que teria na câmara acabou retirando o veto de última hora (http://www.opovo.com.br/opovo/politica/734474.html)
A história tem testemunhado que a grande indignação de alguns líderes contra o poder ditatorial em favor da democratização, às vezes, nada mais é do que a sede pelo poder do outro, pois se lá chegar se estabelece uma nova tirania.
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Hilquias Benício
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13:32
29.9.07
Tijolos confundem, bits unem?
Há hoje cerca de sete mil línguas faladas no mundo. Mas pesquisas indicam que até o final deste século haverá apenas metade deste número. Em pesquisa financiada pelo National Geographic Society, David Harrison e Gregory Anderson apontam como causas a morte de pequenas populações, bem como simplesmente o desuso (http://www.opovo.com.br/opovo/internacional/730381.html). Já em uma outra pesquisa a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) fazia a mesma previsão, ou seja, cinqüenta por cento, contudo creditava tal extinção ao uso de novas tecnologias como a Internet.
Segundo a Sociedade Bíblica do Brasil, há mais 2.400 línguas com a tradução da Bíblia, completa ou em porções. Parece que estes números se encontrarão...
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Hilquias Benício
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12:55
16.9.07
Não há salvação fora da Igreja!
Bento XVI tem sido infeliz em querer agregar debaixo de uma organização humana, Igreja Católica Apostólica Romana, toda a graça da salvação, apequenando Jesus Cristo, sua obra e sua amada Igreja. Já um teólogo romano - prefiro acunhar o termo romano a ICAR, visto que a verdadeira Igreja de Jesus é católica (=universal), ou seja abrange todos os cristão espacial (onde quer que estejam) e temporalmente (em qualquer tempo que tocaram, tocam ou tocarão a face da terra) - Peter Phan, segue no caminho extremo oposto de seu papa questionando se Cristo seria o único e universal salvador do mundo e por conseguinte a unicidade da igreja (http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid50771,0.htm).
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Hilquias Benício
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12:21
1.9.07
Repensando a Igreja e Refazendo a Agenda
Estou fazendo este mês dois anos de casado, e há pouco mais de dois anos enviei o texto que segue para publicação em um de nossos meios impressos de comunicação, o mesmo não foi publicado e nunca recebi retorno sobre a censura, mas credito o corte ao tamanho do mesmo e não ao conteúdo. Talvez esta nota desestimule sua leitura dado os dois anos e meio de vida da escrita, mas quero que saiba que a questão levantada nele continua tão atual quanto na época.
“Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvam-te perpetuamente. (...) um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade.” Sl 84.4, 14
Primeiramente, peço a você leitor, que se dispa de qualquer cuidado religioso, na concepção negativa da palavra, isto é, da religiosidade destituída de espiritualidade. Pois, alguns poderão ter seus ânimos tão aflorados que percam o senso de analisar objetivamente o que trataremos nesta reflexão. Segundo, que este texto ache em você a sã religiosidade, aquela revestida de espiritualidade. Terceiro, que sua sinceridade diante do texto o faça de fato repensar e que você não fuja do confronto desta triste realidade que tem invadido o nosso arraial.
Neste momento convido você pastor e líder de algum ministério na igreja a tomarem um papel e caneta e, em seguida, colunarem os 7 dias da semana, de domingo a sábado, e a alinharem os três turnos principais de um dia: manhã, tarde e noite. Assim feito, por favor, preencham as lacunas com as atividades de seu trabalho secular, ministerial e as programações da igreja da qual faz parte quer ativamente na promoção, quer ativamente na audiência (pois quem ouve também deve ter seu papel ativo, senão sua presença se torna inócua).
Tendo feito isso, restou-me apenas um turno noturno na semana, um matinal no sábado e um na tarde de domingo. A primeira folga dedico a cultivar o presente que Deus me deu, a minha noiva; a segunda folga, sempre estou a resolver alguma questão particular, visto que na semana não tive tempo disponível para fazê-lo e a terceira, ou estudo ou descanso, aliás ou estudava ou descansava, pois terei mais uma atividade neste horário por pelo menos três meses.
Algumas pessoas vibram com este tipo de agenda. Eu particularmente, não! Me preocupo com a demanda muito grande de atividades que nos cercam. Claro que não estou fazendo aqui apologia à ociosidade ou a uma passividade apática da qual alguns de nosso rebanho têm tomado parte. Mas fico alarmado quando nossas ocupações são tamanhas que faze-nos passar de largo diante do ferido no caminho de Jerusalém a Jericó, pois não podemos perder a programação que saiu no boletim ou rodízio da igreja! Não estou pregando o abandono congregacional, sou defensor ferrenho desta necessidade. Mas não consigo admitir a negação dos princípios do cristianismo dadas as exigências de uma agenda superlotada das programações de nossas igrejas! Defendo a constante programação no templo, desde que considerados públicos alvos diferentes. Mas não posso compreender uma programação contínua voltada a um mesmo público alvo! Por exemplo, o contexto urbano de Fortaleza e sua realidade econômica e produtiva têm requerido e proporcionado postos de trabalho noturno, o que gera a necessidade da igreja prestar cultos diurnos para atender nossos irmãos que devido o seu trabalho estão impossibilitados de participar dos cultos vespertinos ou noturnos. Mas, por outro lado, ao oferecer o culto matinal, a igreja não deve cobrar que seus membros façam parte dos dois cultos! Pois, ambos existem para atender pessoas diferentes.
O problema de nossas muitas atividades da qual exigimos a presença de todos se apresenta sintomaticamente em diversos aspectos, mas escolhi quatro para refletirmos sucintamente aqui, que são:
1) Pastoreio: há muito que a Assembléia de Deus, juntamente com outra variedade de igrejas, aqui falo com todo o respeito aos nossos pastores, quer reconhecidos convencionalmente quer funcionais, não praticam sua atividade pastoral essencial. Não deixam de cumprir suas atribuições administrativas até porque as necessidades imediatas os impulsionam a atendê-las primeiramente e existe a responsabilização civil. Já a ovelha sempre pode esperar, e sempre tem que compreender que pastor tem pouco tempo mesmo. Mas nós, o rebanho do Senhor, cremos que os pastores foram colocados não apenas para assinar papéis. Não precisamos de pastores despachantes, nem pastores litúrgicos de púlpitos, nem pastores engenheiros! Estes têm algum valor, mas antes de tudo precisamos de pastores de ovelhas, a essência de sua identidade tem que se expressar como atividade primária, as outras funções devem ser secundárias. Se você em seu coração já começou a rechaçar é difícil acreditar que você ainda tem um coração de pastor. Estas palavras acabam sendo um exame, um raio X, se te incomodam está na hora de se ajoelhar e falar com o Pai. Tenho pra mim que se pastor de ovelhas fosse como outras profissões, mas é uma eleição divina, graças a Deus, os jornais e as empresas de recolocação profissional estariam cheios de anúncios de vagas para pastor. As igrejas estão procurando. O rebanho do Senhor quer um homem segundo o coração de Deus, que ame mais as ovelhas do que métodos, atividades, resultados e números. Tenho ouvido o lamento de pessoas, não só da Assembléia de Deus, as quais têm se sentido como uma ovelha sem pastor. Este sentimento é terrivelmente assolador. Só sabe quem o vive. Corações que precisam não apenas de um discurso bonito, um pastor bem apresentável, que administra bem, mas precisam ser cuidadas, atendidas, tratadas como ovelhas do seu pasto. Conhecerem a voz do seu pastor e por ele serem conhecidas. Que fazem os pastores tão envolvidos em tantas atividades, mas tão longe das ovelhas? Que se vangloriam de suas agendas cheias e das suntuosidades de suas realizações? Que o Senhor, o nosso sumo-pastor, traga de volta àqueles ministros, “os que não guardaram o seu estado original”, a sua identidade pastoral. “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência.” Jr 3.15
2) Família: As pessoas são tão exigidas a estarem nos templos para as múltiplas programações que o tempo com a família acaba sendo negligenciado. Fazemos o discurso da importância da família, mas roubamos o pouco tempo que as pessoas tem de estarem em família rindo, brincando, conversando juntos. Como ter famílias saudáveis se elas não têm tempo de estarem juntas fortalecendo o laço de amor? Certa vez, em uma reunião de líderes de ministério de jovens, diante de uma proposta que ocuparia praticamente todos os sábados a noite, levantei a mão e solicitei reconsideração da data e periodicidade. De imediato, fui recriminado pelos demais. Apresentei o motivo de recusa da proposta: Precisamos ter tempo para as pessoas que amamos, família, esposa, noiva, namorada, amigos. As resistências à recusa permaneceram, ainda houve quem ousou dizer que precisamos dar prioridade ao reino de Deus. A minha pergunta é: Cuidar de pessoas, amar ao próximo, gastar tempo com pessoas não é viver o reino de Deus? Não é obedecer ao seu decreto, ao seu mandamento? Se não cuido bem da minha casa, devo ser reprovado ao episcopado (I Tm 3.4, 5) e também ao diaconato (v. 12). Primeiramente, preciso e devo estabelecer um ambiente de amor em meu lar. Naquela noite, apesar de terem cedido a minha contra-proposta, saí na certeza que grande parte daqueles líderes que deixam de lado suas esposas e filhos em prol da obra poderão ser chamados a pastorear(quer convencionalmente, quer supervisionando), já que funcionalmente já exerciam o papel, contudo no crivo de Deus não estariam aptos, pois não cuidavam primeiramente de suas casas. Que de nossas famílias se diga “todos quantos os virem os reconhecerão como família bendita do SENHOR” Is 61.9b
3) Enclausuramento: As muitas atividades entre quatro paredes têm mantido os cristãos numa espécie de resgate da filosofia monástica, guardada as devidas proporções. Alguns líderes chegam a declarar abertamente que precisa encher de programas a igreja para que os membros não se desviem. Que espécie de espiritualidade e liberdade cristã é esta? Que se sai do jugo e escravidão do pecado no mundo, mas passa-se a uma escravidão das atividades que consomem todo o tempo, pois caso não esteja envolvido irá voltar para o mundo? Que tipo de conversão estar sendo gerada? Uma conversão em que a pessoa é mantida no Corpo de Cristo sem liberdade de dizer não ao pecado? Uma conversão em que a pessoa permanece na Igreja porque ainda não teve tempo de tomar um fôlego, mas na primeira oportunidade que tiver voltará ao mundo? Ou cremos na conversão do Novo Nascimento, gerada pelo Espírito Santo, pregada por Cristo? Nesta o convertido tem liberdade de dizer não ao pecado. O que o liberta do pecado ou de voltar para o mundo não é o sufoco das atividades que o prendem a uma comunidade, mas pelo agir do Espírito em sua vida, pela sua nova identidade em Jesus, como diz Paulo “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.”! (Rm 6.14) O monasticismo em nossos templos chegou a um grau que o “Ide” cedeu completo espaço ao “Vinde”. E aquele quando cumprido já se é visando construir um novo mosteiro, pois já nasce sobre estas bases.
4) Indíviduo: Anomalias da devoção individual são facilmente detectadas. Indivíduos vazios procurando o preenchimento de suas necessidades básicas tanto emocionais, como espirituais. Compreensões e experimentação equivocada da espiritualidade. Troca e confusão de princípios cristãos com práticas seculares ou mesmo pagãs. A busca do senso de bem-estar espiritual nas freqüências às atividades eclesiásticas e, quando estas não satisfazem, procuram o muito envolvimento na própria organização e promoção dos programas da igreja. Nesta busca desesperada por um indulto divino, parece terem resquícios romanos sentados em suas mentes. Quem nunca ouviu em nossos templos “quero fazer-me merecedor da graça de Deus”? Diante de tal quadro é possível ver a supremacia do fazer sobre o ser. Claro que quem é, necessariamente faz. Mas quem faz, não necessariamente o é. O indivíduo é valorizado antes pelo que faz ou título funcional que ostenta. Aquilo que ele é não é tão importante. Então existe um motivador à hipocrisia, faça e será tido como espiritual. As identidades das pessoas são banidas. O que mais importa, não são elas, mas o que elas fazem. Não me importa o que elas como pessoas precisam, o que importa é que as engrenagens estão funcionando. A estrutura organizacional da igreja não está a serviço e ao cuidado de vidas, elas precisam funcionar, mesmo que custe a negação de sua originalidade que era servir. Quantos cristãos não têm sequer um só amigo ou amiga dentro dos nossos templos? Se a base do ministério de Jesus foi toda relacional e não de programas de igreja. Por que os relacionamentos estão tão escassos dentro dos nossos templos que muitas vezes estimulam o anonimato e a distância segura suficiente para esconder o verdadeiro eu? É esta uma prática cristã? Em verdade, em verdade vos digo que não. Pois Jesus “designou doze para estarem com ele” e depois complementa ”e para os enviar a pregar” Mc 3.14. Porque antes de programas e ações externas Deus quer tratar com o indivíduo, quer estar com ele. Antes de enviar a realizar a sua obra, Deus quer fazer uma obra no interior de cada um. Quer fazê-los entender a verdadeira espiritualidade. A qual não se encontra nem no monte da samaritana do poço de Jacó, nem em Jerusalém. Mas “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” Jo 4.23 e aí sim habitarei perpetuamente em sua casa, estarei a porta da casa de meu Deus!
Caro leitor, reconsidere seu tempo e suas prioridades. Lembre-se de pastorear, de sua família, de que o reino de Deus rompe os limites territoriais do edifício no qual o rebanho do Senhor se reúne, e da verdadeira espiritualidade.
Postado por
Hilquias Benício
às
13:49
25.8.07
Chega de Eco!!!
Olá caros amigos e irmãos em Cristo!
É com alegria que proponho a abertura deste canal de comunicação, partilha e proximidade ao expressar meus anseios, inquietações, medos e esperanças.
Creio que o Antigo Testamento é conjunto de escritos especiais, pois acredito piamente tratar-se da revelação de Deus, vejo naquelas letras a Kol divina que ouço proclamada e dirigida ao homem. Também no cânon neotestamentário ouço a Phone de Deus de forma ainda mais clara e tomando forma física na Palavra encarnada.
Em um primeiro momento Ele escolheu o hebraico para fazer ouvir sua Kol escrita, após a vinda da Palavra Viva o Senhor escolheu o grego para registrar sua Phone. E nosso Deus não ficou mudo, não está afônico, ele continuar a falar, tanto sua Kol, como sua Phone pode ser ouvida. E sua Kol e sua Phone não está divorciada do nosso contexto hodierno, brasileiro, nordestino e cearense ela é uma Voz presente, global e bairrista, pública e privada, como som de muitas águas e também sussurrada ao coração, que diz respeito a minhas questões existenciais, as nossas questões sociais e culturais, as nossas questões estruturais, ao nosso modo de ser e fazer igreja. E é por isso que pretendo ter bons momentos aqui neste espaço para ouvir, refletir, ouvir, dizer, ouvir e refletir.
"...e a sua voz como a voz de muitas águas" Ap 1.15
Postado por
Hilquias Benício
às
12:47