O Brasil está de luto, foi esta a manchete de um jornal europeu. Enquanto o olhar do mundo focou-se na crise no mundo ilusório do mercado financeiro provocado pelos créditos podres, a crise ambiental não tirou férias, permanece presente e ameaçadora.
Enquanto bilhões foram ejetados na economia visando evitar um colapso, as ações dirigidas a mudanças no comportamento sócio-ambiental permanecem quase que simplesmente jogadas de marketing institucionais e empresariais.
Enquanto salva-se bancos e instituições financeiras, os catarinenses que perderam casas, amigos, familiares e o estoque de comida saqueiam supermercados para satisfazer a fome.
A realidade simultânea das duas tragédias mostra claramente, onde estão nossos valores. A vida humana e a criação não merecem tanto aporte de recursos quanto os bancos. É evidente que a quebradeira de bancos gerará um prejuízo social difícil de dimensionar. Mas a destruição de nossa casa, o planeta Terra, que o Senhor nos colocou para dele cuidar, é uma quebradeira aceita, segundo nossas ações, embora nosso discurso alardeie aos quatros cantos do mundo a preservação.
A tragédia no Sul é fruto de nossas ações e nossa desobediência ao Senhor, o qual nos encarregou do cuidado da Terra. Que cuidado a humanidade, eu e você, temos? Você pode pensar, ainda bem que é no sul, o nordeste brasileiro tem escapado desta fúria da natureza. Ledo engano! Uma pesquisa financiada pelo Fundo Global de Oportunidades, do Reino Unido, intitulada “Mudanças Climáticas, Migrações e Saúde: Cenário para o Nordeste Brasileiro, 2000-2050” é apocalíptica. Segundo a pesquisa, o aquecimento global gerará vulnerabilidades no Nordeste, sendo o Estado mais afetado o Ceará. Nós cearenses teremos uma redução em terras agricultáveis de quase 80%, o maior IGV – Índice Geral de Vulnerabilidade, que considera subíndices de saúde, desertificação, economia/demografia e custos – da região. O Nordeste em 60 anos deve ter sua temperatura média elevada em mais 4 graus Celsius. (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=593204)
Que será isso tudo? É nada mais, nada menos que obra de nossas mãos. Temos colhido o que plantamos. Deus é justo, e ele julga com justiça. Que a misericórdia do Senhor acolha os nossos próximos de Santa Catarina. Muitos deles estão acolhidos em prédios de igrejas, que também sejam acolhidos pela igreja viva.
7.12.08
Colhendo o Fruto de Nossas Obras
Postado por
Hilquias Benício
às
05:42
Assinar:
Postagens (Atom)